segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Rotina de uma vida acabada


Acordou.
Já estava na hora
De saber acordar
E pensar o que irá ser da vida
Agora a amar.

Bocejou.
Já estava no tempo de bocejar,
Tirar toda a preguiça
Que alguma vez lhe pôs em risco
De o pé arrear.

Levantou-se.
Finalmente o fez,
Já estava no momento de o fazer,
Antes que a sua alma preguiçosa
 Se fosse de vez.

No fundo mudou,
A dita rotina da morte,
A morte lenta dos pensamentos,
Onde ninguém quer saber de ti
Nem dos teus desalentos.

Superficialmente mantém-se,
Mas não é o exterior que importa,
As olheiras ou os olhos chorosos,
Mas sim os pensamentos novos,
Aqueles ditos revolucionários e vitoriosos.

E neste dia assim foi,
Acordou para vida
E para o que ela pode proporcionar.
E bocejou, levantou-se para o mundo
Esperando o que ele tinha para dar.

À noite adormeceu,
Calma e tranquilamente.
Despediu-se do mundo,
Trazendo consigo as memórias
De uma nova vida acabada recentemente.

Não se importou,
Foi ele que quis na verdade
Que assim acabasse sem decisão do seu juiz
 - O seu amor, aquele fruto da sua dor
Com quem ia agora ter por toda a eternidade.

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