domingo, 31 de julho de 2011

Somente eu


Não sei,
Deveria eu entender?
Mas porquê?
Nem a pergunta sei perceber…

Ainda que mudasse os sentidos das palavras,
As razões do meu ser.
Decerto continuaria muda e hirta
Aquilo que vejo mas finjo não crer…

Tento encontrar a solução,
O caminho que dita o problema.
Insisto em ter razão
Mas acabo por ditar o meu próprio dilema.

No fim de tudo percebo
Que sou eu o meu único contratempo.
Ainda que quisesse fugir,
Nada nem ninguém o iria permitir.

Posso eu conseguir fugir de mim própria?
Tentar achar razão para toda esta confusão
- Saber as coincidências da minha ilusão…
Posso eu?

Acabo em mirar-me,
Silenciosa e apressadamente.
Sei que toda a culpa é minha,
Ainda que seja docemente.

Não podendo virar costas ao meu eu
Apresento-me orgulhosa
De tudo aquilo que fiz, farei e mostrarei
Pois sei que é a minha alma,
O meu veneno e a minha cura,
Eu,
Somente eu,
Que impiedosamente actuei….

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Limitações do Pensamento


Ando por um caminho sem pedras,
Um trajecto indefinido,
Composto por ideias feitas
Por algum desconhecido.

Percorro a razão sem saber o que encontrar,
Quero escalar montanhas,
Pergunto-me porquê
Se nem essas sei defrontar…

Sinto que quero um tanto e um nada,
Um mundo e mais uma parte.
Sinto no fundo aquilo que me desagrada:
Não conseguir levar mais alto a minha arte…

Porquê toda esta confusão
Que se apodera de mim?
Já me encontro numa rebelião,
Preciso eu de outra assim?

Confesso que gostava de saber
O que será que se está a passar?
Será a minha vida a dar uma volta
ou algo mais que me está a conquistar?

Parece que nem sou dona de mim própria,
Não tenho poder naquilo que digo.
Sinto que não sou digna de glória,
E às vezes nem de espírito de mendigo…

Desejo continuar a fomentar
Esta esperança desvanecida.
Quero continuar a perceber
Aquilo que me tem deixado perdida.

Por enquanto…
Nada mais posso desejar a não ser:
Que venha mais uma luta,
A última a que vou padecer.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Queria eu...

Querer manter
Mas nunca encontrar.
Sorrir,
Padecer.
Queria eu fugir,
Tentar mudar,
Se o meu amor fizesse valer!
Para onde me posso eu virar
Se nem eu sei onde me colocar.
Queria ao menos tentar compreender
Que o amor não serve para amar
Nem a vida para viver.
Nenhuma lágrima consigo derramar,
Nenhum sorriso se faz notar:
Sou neutra sem pedir,
Uma fugitiva a sucumbir.
Gostava de pedir perdão,
Tentar achar uma palavra
Que satisfaça a minha gratidão
De me teres deixado,
De nunca teres voltado…
Por momentos começo a perceber,
Que tudo isto foi um segredo,
Onde eu fui a personagem
E tu todo o outro enredo.
Não quero mais explicações,
Quero sim voltar a sentir,
Quero ter um novo mundo,
Um, que me faça partir…

Libertação de consciência



Olhem só para a beleza da primeira foto, a magia que espalha, o lugar assustador tornado num refúgio romântico. Olhem bem, preservem na memória, vão a sitio destes, sintam o cheiro, guardem-o para sempre...Tenho medo que em alguns anos ele deixe simplesmente de existir, talvez daqui a 100 anos o aspecto seja o da imagem de baixo. Não quero, prefiro viver de uma forma "primitiva" digamos, a ter de olhar para todos os cantos sem uma flor a sorrir-me ou uma árvore a proteger-me. A Natureza é o meu bem mais sagrado, o meu local relaxante, a razão dos meus passeios, da minha inspiração, trato-a bem, ela merece, já me deu tanto e àqueles que a destroem também. Haverá sitio melhor para nos sentarmos a olhar simplesmente, pensar na vida, nas coisas boas, sentir a brisa, o som da vida. 
Como estou num momento de raiva vou explodi-la, peço desculpa, mas é o que penso (provavelmente irei-me arrepender). - Cambada de inúteis que só pensam em vocês, são assim tão estúpidos ao ponto de não perceberem o quanto isso já vos está a afectar, continuem invejosos e asquerosos pensando que só vai afectar às gerações futuras e a vocês nada. Idiotas, deviam perceber que o mal está feito e cada vez se alastra mais rápido. Ainda hoje fui passear, ou pelo menos pensava que o ía fazer, fui sozinha para disfrutar daquilo que a Natureza me pode dar. Mas sabem o que estava no lugar de um belo campo de flores? Um novo prédio em construção!! Construam fora da cidade, por amor de deus, gostam assim tanto da confusão, do barulho e do stress? O melhor lugar de Lisboa agora arruinado por umas máquinas, a sério, bom trabalho, vitória para vocês, morte para os animais que lá andavam e que me lembro de ver cada vez que lá ía. É por isto que escrevo, por estas razões que estou num ataque de fúria revolucionária. Peço-vos desculpa se acho com raras excepções que os humanos são uns invejosos que só pensam no seu próprio bem.
Agora que já me acalmei e libertei para fora o que sinto, deixo-vos uma ultima imagem para se lembrarem das coisas belas que andam a destruir.

Incoerências



As incoerências da vida, algo que gostava de saber responder… uma das minhas grandes perguntas destinadas a manterem-se uma incógnita por tempo indefinido.
É estranho de certa forma o meu pensamento – bizarro, talvez inconsciente…
E digo isto por assim o parecer, no fundo gosto de estar rodeada de teias de perguntas e questões, curiosidades por resolver…motivam-me a viver.
São o meu estimulante abstracto para as ordens filosóficas das coisas, mantêm-me acesa por dentro, com a chama da juventude no seu auge, fazem-me viver no final de contas…
Não sei se tu, que lês isto, já passaste pelo mesmo que a seguir vou contar, talvez seja bom não te identificares (seria o que qualquer pessoa diria). Pois bem, eu digo que não, eu penso que será bom – significa que a tua mentalidade não se resume a viver os factos e experiências, mas também a questioná-los e decifrá-los. Não será bom ter a virtude de querer mudar? Revolucionar? Não será bom querer mais e não nos contentarmos apenas com o pouco que conseguimos através da preguiça? Tem de ser bom, fantástico, só pode…
Se não houver pessoas assim então quem alimentará as descobertas geniais da sociedade? Quem será no futuro o nosso guia, o nosso exemplo, se toda a Humanidade se conformou apenas com ideias feitas e renegou às novas sensações, não arriscou na aventura, não sabe o que é a verdadeira emoção.
Dou por mim a pensar depois de uma grande alegria ter vivido, depois de algo que tanto queria ter acontecido se foi por isso que vivi até aí..?
Foi essa a razão de viver? Ou não, existe algo mais que me faça prender? Foi por estes pequenos momentos de felicidade que estou aqui? Afinal…vivo por alguma razão, alguém fim à vista? Existe um propósito?
Espero que haja, não quero andar pela Terra simplesmente, quero algo mais, preciso de mais, quero ser uma diferença e quero continuar a estimular-me desta forma…
Deixo isto a todos aqueles que me inspiram, a todos os que querem mudar, querem descobrir e questionar. Deixo isto a quem deposito fé, sejam pessoas, emoções ou perguntas. Porque é em vocês que vou continuar a acreditar quando todo o Mundo cair numa monotonia de nem pela vida já saber chamar.

domingo, 17 de julho de 2011

Portas do Meu Coração



Ouço as portas a bater,
Chamam loucas por alguém,
Chamam por um novo mundo
Habitado por ninguém.

Querem conhecer um novo sentido,
Algo que ainda não experimentaram,
Querem um novo porto de abrigo,
Um, como aquele que deixaram.

Chamam portas a tudo isto.
Terei eu o direito de também chamar?
Já que perderam todos o juízo
Posso eu ao menos tentá-lo tomar?

E estas ditas portas,
As únicas sãs neste mundo
São como o meu paraíso,
O meu único lugar seguro.

Abrem a vários locais
Basta sabermos escolher,
Apesar de estes serem demais
Compete a nós saber os que não fazem sofrer.

Cada um tem uma porta aberta,
Um lugar no coração,
Não tem chaves nem segredos,
Somente um lugar para a paixão.

Faz com esta não se feche,
Mantém sempre a mente aberta,
Recebe bem as novas ideias,
Nunca com uma expressão incerta.

Cuida bem dessa porta,
Do lugar que ela guarda.
Assegura-te que quando alguém por ela entrar
Valerá a pena se poder trancar.