sexta-feira, 26 de agosto de 2011

E uma lágrima jorrou


E uma lágrima jorrou,
Trespassou o meu coração
Como um tiro.
Uma mera lágrima de medo
Acabada num suspiro.

Pequena e insignificante
Para quem não conhece
Toda esta embrulhada de escolhas
A quem o meu destino padece.

Uma lágrima angustiante,
Sôfrega e faminta,
Corre pelo meu rosto
Procurando alguém que lhe minta.

Vive nos meus olhos durante anos,
Espera o momento certo para se libertar,
O momento propício
Para conseguir tirar de mim
Toda a força que vim a ganhar.

Nunca conheci choro tão imprevisível
Como aquele que se nota que se está a avizinhar,
Aquele banhado por lágrimas
Capazes de memórias fazer despertar.

Resta agora deixá-la vaguear,
Aperceber-se de que só vem atrapalhar,
O seu objectivo de me tentar não foi em vão
Pois agora sei como reage a água salgada
Ao meu coração.

E uma lágrima jorrou,
A última que derramei,
Por quem uma vez me desafiou
Mas que agora me faz ver o quanto errei.

O perdão não existe,
A saudade já lá foi.
Apenas a raiva persiste
E já essa morre juntamente
Com as lágrimas de um depois.

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