terça-feira, 12 de julho de 2011

Juízo final


Prisão alheia aos teus olhos
toma a frescura pela manhã,
preparando os seus promontórios
para todos os que não têm fé.

E todos aqueles que o merecem
benditos aí são,
porque com certezas apelam
à grande rebelião.

Os que se vão aí encontrar
temerosos estão.
Mas que mal tem algum recear,
se o que eles fizeram não tem perdão?

A bondade traiu-lhes a vida,
a ganância foi apenas a precursão.
A estrada principal foi uma intriga,
onde tudo não passou de uma mera ilusão.

E todos os homens que de longe vieram,
todas as mulheres que infelizes deixavam,
todos eles que piedade não tiveram
merecem ou não as tormentas do Diabo?

Evitam os socalcos, procuram os planaltos
e imaginam a vida sem mais ressaltos.
Querem voltar ao inicio,
teimam em não aceitar o novo ofício.

Mas para estes de pouca fé,
onde a maldade assenta firme,
não há outro destino melhor que este
senão a sé de um calvário divino.

Sem comentários:

Enviar um comentário

"Escrever é uma maneira de falar sem ser interrompido"