terça-feira, 12 de julho de 2011

Alicerces do Céu


Existem noites em que apenas nos apetece olhar para o profundo, apenas nos apetece sentar, reflectir e pensar sobre aquele último tema pelo qual sofremos tanto. Apenas nos apetece ouvir…, ouvir o som dos grilos que nos fazem lembrar o chamamento de alguém que parecemos conhecer; ouvir o som do vento a bater furioso nas grandes árvores de modos que como uma vingança por estas abafarem a sua eterna energia e o seu magnânimo poder. Outras, por vezes, apenas nos apetece refugiar e ouvir simplesmente o silêncio, o eterne e doce silêncio – uma melodia vitoriosa e faminta de calmaria.
Nessa noite, era a música ideal para mim, a única que me confortaria…
Dei por mim, inconscientemente a dançar pela estrada de ervas ao som desta melodia, estava a adorar. Todo aquele poder sonoro conseguia retirar-me daquele invólucro substancial de solidão e de dor, cheguei mesmo a sentir alguém a meu lado como se me fizesse eterna companhia. Senti-me segura e sem querer, sorri.
Pensei nas inúmeras possibilidades de quem poderia estar ali, divertindo-me, quem poderia estar ao comando da minha imaginação. Inúmeras pessoas esvaziaram a minha memória, no entanto uma continuou lá dentro, insistindo para que eu me lembrasse de todas as histórias que ela continha.
A verdade é que não queria mas as forças que me restavam obrigaram-me a parar. Tentava a todo o custo entrar e devorar todos os meus bons momentos. Estava a ganhar e aquela batalha já previamente destinada em poucos segundos acabou.
Parei, caí sobre um tufo de relva maciça, estava fraca e as minhas lágrimas lembradas por feridas não saravam. Desisti e sobretudo lembrei…
- Quem me dera que estivesses aqui – foi o que disse, tentando confiar nas minhas próprias palavras.
E de repente uma estrela caiu do céu anunciado um novo começo, uma nova vida, um novo mundo…

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