domingo, 25 de setembro de 2011

O Tempo passa


O tempo passa,
A chuva lá fora continua,
A dor repassa
A verdade fria e crua.
Não quero esperar,
Nem sofrer,
Ou amar.
Não quero perceber
Daquilo que fujo
Ou finjo correr.
Queria eu escapar
Ao buracos da vida,
Fazer ameigar
O ardor desta
E daquela ferida.
Queria eu deixar de ter
Este dilema,
De ter ou não poder
Enfrentar o problema.
De tanto desejar
Escapou-me a sorte
- Venham então buscar-me,
Levar-me para qualquer sitio,
Menos para o lugar da morte.
De tanto pedir
Trouxeram-me a dobrar,
Preferia agora não ter
Tanto amor para dar.
Que este poder
Que me invade
Venha a ter mais utilidade,
Que no meu corpo
A lembrar-me
De uma eterna realidade…
O impossível não existe,
O pecado é santo,
E a minha dor assim persiste
Disfarçada e coberta por um manto.

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