segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Cinco sentidos



Ouvi há pouco os sinos tocar,
Estranho nenhum deles soar…

Senti o silencio a pairar dentro de ti,
Estranho, parece que nem sofri…

Toquei dentro do teu coração,
Estranho, cheguei depois da explosão…

Vi o que não devia ver,
Estranho, eu própria fiz por querer…

Saboreei as pontadas de dor,
Estranho, elas não provocam ardor…

Mas eu tenho explicação
Para tudo
O que parece ser em vão.

Ouvi por ambicionar mais,
Senti porque sofro,
Toquei por ser demais,
Este ver que sempre quis ter,
Saboreando aquilo que designava poder.

Tudo soa, apenas não queremos ouvir.
Tudo dói, sofre, apenas não queremos sentir.
Tudo queremos, principalmente aquilo de que devíamos desistir.
Tudo arde quando saboreamos a doce alegria de mentir.

Falta apenas explicar
Aquilo que não tem explicação,
Esta dócil ignorância de quem tem coração.

Podia passar dias ouvindo,
Noites sentido,
Anos tocando,
Décadas vendo,
Séculos saboreando,
Que nada teria para responder,
Nada para explicar,
Apenas uma data de experiências
Que mais forte me fizeram ficar.

Então ouçam,
Sintam,
Toquem,
Vejam,
Saboreiem,
Aproveitem aquilo que têm
Mesmo sendo estranho,
É tudo o que vos torna especial,
Seja mesmo explorando um caminho do mal.

As características que nos dão,
Os poderes que possuímos,
Existem para uma razão,
Apercebermo-nos porque existimos.

Que sentidos tão poderosos
Vieram-nos dar,
Tantos sentimentos valorosos,
Seja sofrer ou amar…

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