sábado, 24 de setembro de 2011

Fraquezas em brasa


De tanto voar
Caíram-me as asas.
De tanto lacrimejar
Foi-se me o salgado.
Então quem sou eu?
Alma em decadência?
Oh santa inimiga da inexperiência!

Dita e solene escravidão,
Reposta pelo insolente amor,
Se o meu ver tem coração
Então que se aplique e diga louvor…

Mas que aventura insaciante
Que me retém à submissão
- Levantem o leme, avante!
Que a nossa vida é mais que a obrigação.

Façam do querer um pedido,
Solução infinita a cativar,
É mais que um mero amigo,
É o objectivo da vida a chamar.

Dêem fogo às brasas,
Cinzas à água,
Dêem penas às asas,
Que é valente a mágoa.

Palavras bastam,
Expressões completam,
Perpétua história
Da inalcançável vitória.

Apaguem as chamas molhadas,
Vento quente e húmido da paixão.
Na vida são almas condenadas,
Na morte figuras sem coração.

E de tanto voar
Caíram-me as asas.
De tanto lacrimejar
Foi-se me o salgado.
Oh marés e mares em brasas
Venham queimar o dito amado!

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