domingo, 25 de setembro de 2011

Mandaram-me seguir a luz


Um dia alguém me disse que devia seguir a luz.
Acreditei nas suas palavras, faz sentido para um humano racional seguir a luz, o ponto brilhante que irradia a verdade, a alegria, o amor.
Um dia alguém me travou.
Não sabendo o porquê, esperei.
Fingi perceber, no entanto sou cega na escuridão, sem um guia ou um sinal, esperei. Esperei essa luz, mas ela não aparecia – o invólucro substancial da essência divina, a magia em forma de energia branca, a minha esperança de um novo rumo, a montanha que me falta escalar, o rio que me falta percorrer, o sangue compatível com o meu ser, a razão vista aos meus olhos, os batimentos do coração que ouço nos meus sonhos, realizados por alguém.
Sou uma tola, somos uns tolos, porque continuamos à procura, e talvez seja no vácuo que tenhamos maior esperança da sua existência, mas porquê? Porque continuamos nós a lutar por algo que não vemos nem sabemos que existe, somente sentimos…
Somos uns vagabundos do nosso instinto humano que nos leva a fazer coisas impensáveis, a acreditar e a esperar coisas que têm um valor infinito e não aparecem assim num momento, mas em vários, em todos diria. Talvez seja isso que nos baralha, nos confunde e nos faz sentir dentro de um buraco sem saída, profundo e escuro onde só nós conseguimos habitar, os humanos, ditos racionais. Não esperemos, vivamos sem expectativas alucinantes, às vezes as melhores coisas ocorrem nos piores momentos ou nos mais insignificantes.
Um dia alguém me disse que devia seguir a luz, não segui, não esperei, apenas vivi. Ela irá ao meu encontro se assim o fizer, nesse dia ninguém me travará e não sabendo o porquê, alcançarei.

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