quinta-feira, 24 de maio de 2012

Rastejar



É a mudança
Que me acarta
Esse peso que já não sinto.
Tanto Minh ‘Alma se farta
Que rastejar já é instinto.

Pedir súplicas à piedade
Ou palavras ao amor,
Tornou-se loucura tão grande
Que emoções já não me surgem
E lágrimas são pudor.

Vem, que te espero,
Feitiço imaculado
- Que meu coração
Já não suporta
Fardo tão pesado.

Viver suplicando
Não é algo em que se invista.
Nem para quem,
Ausente de sentimentos,
Rasteja carregando mil e um tormentos.

Vem, que te espero,
meu bem entender.
Antes coração apunhalado,
Que fé assente sem abrigo,
Já que rastejar...
Eu não mais consigo.

5 comentários:

  1. Não aprecio muito poesia mas este gostei muito! Muito bom Sara! Parabéns!

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    1. muito obrigada,muitissimo alias : D curiosamente fi-lo numa aula

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  2. Com certeza uma aula super interessante, estou a ver =p
    Eu não conseguia a proesa! ;)

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  3. Este teu poema está realmente fabuloso (aliás, tu já nos habituaste ao teu dom de escritora). Por um lado, o poema expressa a dor, a súplica, o "rastejar", mas, por outro lado, ganha uma certa cor e magia, pois tu não te limitas a descrever o sofrimento. Na verdade, dás-lhe uma certa vida. E quem não "rastejou" já na sua vida? Jovens e todos os demais já sentiram o frio da tristeza, já irromperam por terras de dor e oceanos de solidão. Somos assim, apenas humanos, sujeitos a essa condição que nos prende. Mas ganhemos asas, procuremos fugir a esse "rastejar". Façamos todos como a Sara Penas. Voemos... Suportemos o peso do sofrimento com a leveza das asas. "Escrever é uma maneira de falar sem ser interrompido". Pois, então, procuremos inspiração nas palavras dessa magnífica escritora. Tentemos transportar para o papel o que nos vai na alma (pois bem, não seremos interrompidos). E, então, não mais precisaremos de "rastejar"...

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    1. Muito obrigada pelos elogios tanto aos meus texto como à minha pessoa : D A verdade é que quando escrevo as palavras que me estão encravadas na boca rapidamente escorregam para o papel, como todos os escritores de carácter amador como o meu, usam a sua escrita para libertar pensamentos e emoções diarias. Acaba portanto por retratar implicitamente retalhos da vida, que não e comum a somente duas pessoas, mas secalhar a quase todas e é isso que nos inspira verdadeiramente, o facto de não sermos só nós mas também personagens fictícias que durante cinco minutos encaram a nossa vida.

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"Escrever é uma maneira de falar sem ser interrompido"