Eu acho que o amor não foge,
Pelo menos não fugia.
Eu acreditava, ingenuamente,
Que sempre permanecia.
Escondia-se atrás de um véu sem cor,
Sem textura que lhe valesse,
Tinha somente asas
Que faziam com que permanecesse.
E voava,
Como alguém perdido,
Achando-se o maior de todos
Por ter sempre um porto de abrigo.
Todos os dias ele pousava
Num lugar diferente,
Todos os dias tinha um novo lar
E acolhiam-no de boamente.
O amor não foge,
Ou eu achava que não.
Sabia que ele tinha asas
- Mas faltava-lhe o perdão.
Ele que voe enquanto pode,
A natureza assim o deixa,
Tempestades sempre ocorrem
Quando nenhuma vivalma se queixa.
O amor não foge,
Fica com as asas encharcadas.
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