Não foi ele próprio que estabeleceu
as suas ideias. Se fosse, ninguém o curava.
Mas fingiu-se doente, incapaz de
pensar, coitado do pobre rapaz cujo orgulho o engoliu em seco. Sem se engasgar.
Ainda se tenta esconder pelas
entranhas do seu ego, que já não o engole, só cospe. Ainda tenta fugir pela
calada, mas à noite, que de dia vêem-no cheio de febre e mentalmente esgotado.
Não - de dia ele não pode andar por aí, afinal é um doente incurável sem
promessas para a vida, apenas certo de que o amanhã vai ser igual ao hoje. Só
se, e rara a exceção, decidir fugir mesmo pela calada (mas só à noite). Que de
dia ele não tem coragem, que de dia ele sabe (ou pensa) não conseguir.
Não foi ele próprio a estabelecer
as suas ideias, porque se fosse, não havia cura para a confiança nem
traição às suas palavras.
É lindo :) /Andreia Barroso
ResponderEliminarObrigada princesa : )
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