A vida que não foge,
As brisas que continuam,
As almas que persistem
Mesmo quando amuam.
É escrever um poema,
E saber o que contém,
É lê-lo inúmeras vezes
E dedicá-lo a alguém.
É fingir-se interessado
Por assuntos entediantes,
Só porque o seu amado
Os acha deslumbrantes.
É estar dentro de uma garrafa
Com o mínimo para sobreviver,
Mas mesmo com esse mínimo
Há algo que te faz viver.
É pensar sem agir,
E às vezes agir sem pensar,
E mesmo quando isso acontece
Não nos queremos preocupar.
É saber encontrar a felicidade
Sem atalhos perigosos,
É ir pelos caminhos mais longos
E sempre os mais dolorosos.
É aprender a caminhar
Meio vivo/ meio morto,
E saber ressuscitar
Sem olhar para aqueloutro.
É contentarmo-nos com um tanto
E ainda pedirmos mais,
A alegria é um encanto
E torna-se o nosso cais.
É ouvir uma canção
E lembrarmo-nos de memórias,
Mesmo os bons pensamentos
Enterrados como vitórias.
É ouvir uma voz
Sem que ela exista,
Que nos sussurra e diz
“Persista”.
(Setembro 2011)
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"Escrever é uma maneira de falar sem ser interrompido"