Descalcei os sapatos,
Libertei-me do elástico que prendia os meus cabelos,
Arrependi-me dos meu actos,
Lembrei o que era sofre-los…
Suspirei e fechei a porta,
Proibi a entrada do mundo,
Tanto me dava se estava viva ou morta,
Apenas queria o meu sono profundo.
Sonhei que acordava,
Me ria e ia sair,
Naquele meu mundo delirava
E não estava somente a fingir.
Era tudo perfeito,
Coisa que nem existe na realidade,
Mas lá tudo estava feito
Seja a dor seja a verdade.
Corria por entre os campos,
Saltava com as outras pessoas,
Sentia que nada me faltava,
E que por essa liberdade, me entregava…
O céu era da cor dos sonhos,
A terra tinha a textura do paraíso,
A sociedade era acolhedora
E não havia aquela minha força devastadora…
E quando tudo se tornava mais real,
Mais preciso e sentido,
Acordei a este mundo do mal,
Que afinal era onde tinha vivido…
Não foi uma desilusão,
Nem um pecado ou uma verdade,
Foi um acordar para a ilusão,
Saber não sonhar uma realidade...
Por isso amanhã suspirarei,
Fecharei a porta ao mundo,
Mas não irei esperar pelo meu sono profundo,
Eu própria o criarei.
Serei eu a planifica-lo,
Como, porquê, quando.
Poderei comanda-lo
E neste mundo faze-lo realizando.
Porque não quero acordar mais uma vez
Sem saber em que local estou,
Se num paraíso ou num inferno,
Ou onde a minha alma parou.
Chegarei ao fim sabendo distinguir
Em que mundo me encontro,
Se o meu verdadeiro ou aquele que passa a vir
Quando este real entra em confronto.
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