Hoje perguntei-me que ando eu a fazer,
Que tenho eu na cabeça
Para eu própria me fazer sofrer.
A duvida parece nem existir,
Tantas coisas que já senti
E esta é a mais certa que há-de vir.
A sensação de saber responder,
A uma pergunta sem solução,
E esta nem chegar a aparecer
Para um momento de reflexão.
O facto de querer mostrar
Aquilo que nem cheguei a pedir,
A dura dor de querer levar
Este peso de querer-me mentir.
Custa saber que a visão
É agora o meu fraco,
Que os meus olhos me traem
Todos os dias desde então.
Hoje perguntei-me,
Porque sou sempre eu a crucificada,
O dia há-de vir
Em que deixarei de ser a mal amada.
Quero pontos nas virgulas,
No fundo não quero…
Quero mais tempo, espaço
- Algo terminado num abraço.
Hoje perguntei-me
Em que ando eu a pensar,
Devia fugir aos ventos
Mas eles não me deixam escapar.
Hoje perguntei-me,
Como tenho perguntado
Se em tudo o que fiz obriguei-me
Ou foi meramente de bom grado.
Gostava de saber perceber
A idade da inocência,
Os meus olhos traídos
Contando a indulgência.
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