Embalada pelo canto
De ventos agitados
Correndo, soprando.
Foi nesse dia de amargura
Que dei por mim a sonhar.
Desejei, ingenuamente, ser a bravura
Que fez os ventos cantar.
Deram-me asas para voar,
Textura achatada para surgir,
Encobriram-me com um véu sem cor
E chamaram-me de “natureza que sabe sentir”.
Tornei-me no feitiço
Que seduz o coração
Do pobre vento Bojador
Que carrega o destino, agora sem razão.
E é por isso que eu não desejo,
Porque se eu desejasse tudo se realizava.
- A vida é feita dos momentos
Com os quais eu não contava.
Sou apenas mais alguém,
Que sente a brisa da madrugada.
- Resultado de um vento perdido
Cujo canto não foi ouvido
Quando o sopro se fez rajada.
Escreves tão bem princesa :)
ResponderEliminarAss: Tânia
Não creio que sejas "apenas mais alguém que sente a brisa da madrugada". És alguém que sente a brisa da madrugada como algo muito mais límpido e transparente do que muitas almas que deambulam pelo Universo, porque vês nela a inspiração para a magia e fulgor dos teus textos. Que continues, pelas manhãs frescas/"Embalada pelo canto/De ventos agitados/Correndo, soprando." para continuares a escrever de forma rão brilhante como até aqui. Brisas frescas e inspiradoras para ti, que és uma EXCELENTE ESCRITORA!
ResponderEliminarMuito muito obrigada, ver que a minha escrita é digna de um comentário como este torna todos os elogios incompatíveis com o que sinto. Inspiro-me no mundo como unidade, como um conteúdo, nada mais faço a não ser questionar-me.
EliminarUm segundo obrigada, beijinhos : D