"Pedia-te que escrevesses onde andas.
Ou então que desses um pouco mais de alma ao meu mundo. Sal ou pimenta
servem - caso o tempo não dure para nos afundarmos na beleza do meu pequeno
lugar onde existes. Qualquer coisa que me estimule, me faça retroceder.
Qualquer sinal de que voltei aos tempos de ânsia, onde a tua alma e dedicação ainda
existiam. Qualquer coisa vinda de ti – seria suficiente.
Pedia-te a mais insignificante palavra. A mais tímida de todas - a
mais vulgar, feia e asquerosa palavra. Perderias tempo teu - o qual não ousas dispensar
senão somente em ti. Perderias tempo em mim. E qualquer tempo vindo de ti –
seria suficiente.
Ou então pedia-te que ouvisses a mesma música. Que – sei lá -
te lembrasses da letra tal como eu. A interpretasses da mesma forma, com os
mesmos momentos e as mesmas histórias. Pedia-te telepatia - pensamentos comuns
e ideias partilhadas. Qualquer que fosse a memória – seria suficiente.
Tudo seria suficiente – se fosse teu. Nada mais do que tu. Nada mais
do que pedi.
Sempre foste e serás o suficiente para mim.
Pedia-te que te importasses tanto como eu me importo por ti. Ou então escreve-me
- como eu escrevo a ti."
carta a quem não sabe ler